Fanfiction- o rei leão humano capítulo III- Spotty apaixonada, quem é aquele garoto e sentimentos inesplicáveis.

 No dia seguinte acordei acabada, meus olhos estavam inchados e meu cabelo arrepiado, olhei-me no espelho e ri de minha própria cara.  Desci a escada para pegar a escova que eu havia deixado no banheiro, quando estava na metade do caminho deparei-me com Kovu deitado no sofá e encolhido.

_ Kovu! Acorde, temos de ir à escola.

_ Não me sinto bem...

  Seus olhos estavam vermelhos e sua voz rouca. Fiquei preocupada com ele.

_ Olha, escute, espere aí que eu vou pegar um remédio para você.

   Corri e peguei alguns potes de remédios que estavam em cima da geladeira. Quando voltei Kovu já não estava lá, estava vestindo uma jaqueta por cima de seu pijama, eu dei uma risada e logo voltei a mim.

_ Kovu! Você está sem noção ou o que? Está parecendo uma criança de cinco anos, disse para esperar deitado!

_ Mas...

_ Nada disso! Agora vai te deitar e enfia esses remédios na tua goela!

_ Tudo bem “Mamãe”. – Ele ria da minha cara.

  Depois de dar-lhe umas boas lições, eu vesti-me e fui em direção à um táxi que me esperava. Chegando à escola cumprimentei Dotty que parecia estar nervosa.

_ O que ouve? – Perguntei-lhe.

_ É Spotty, ela sumiu faz um bom tempo.

_ Não se preocupe agora, eu vou encontra-la. –Falei batendo nas costas de minha amiga.

 Antes de começar a procurar minha amiga fui ao banheiro lavar minhas mãos que estavam ressecadas. Quando cheguei ao local, pude ouvir um choro baixo, mas que podia ouvir-se.

_ Hãm... Está tudo bem com você? – Perguntei sem saber quem era.

_ Não, vai-te embora. – eu reconhecia aquela voz doce, até mesmo quando chorava, era Spotty.

_ Spotty, é você? Sou eu a Vitani.

_ Já disse para ir-te.

 Eu entrei em um dos banheiros e subi em cima de um vaso, para ver o que acontecia, ela estava sentada na tampa do lixeiro, chorava, fazendo com que seu rímel manchasse seu rosto. Escalei a parede em que nos separava e entrei em “seu” banheiro.

_ O que há? Pode desabafar, sou sua amiga.

_ É o Mheetu, eu gosto dele, somos melhores amigos, mas para ele somos apenas isso...

_ Ele falou isso para você?

_ Não, mas tenho certeza de que é isso o que ele sente. – Seu olhar decepcionado me deixava um pouco triste.

_ Não chore, você tem a mim! – Falei mandando um beijinho.

    Ela riu e suas lágrimas pararam de cair sobre o seu rosto delicado.

_ Você em! – Ela ria.

_ Melhor irmos para a aula. –

  Destranquei a porta do banheiro e saímos com uma cara desconfiada, peguei o meu caputino de dentro de minha mochila e então fomos andando rápido até a sala de aula. Estávamos quase perto da sala de aula quando eu esbarro em alguém derramando café em sua roupa.

_ Ah! Ruivinho, desculpa... Eu... Eu... – Rapidamente puxei um lenço de minha mochila e entreguei na mão de Kopa. – Ele ria de minha cara e eu não entendia.

_ O que há? Por que ri de mim, sendo que eu derrubei café em você!

  Ele provou um pouco do caputino em que estava em sua mão e então virou para mim com um olhar brincalhão.

_ Isto é caputino sabias? Pessoas que não sabem o que tomam podem morrer por aí.

   Eu ri, aquilo que ele me falava era realmente bobo.

_ Ah! Pare de bobagens, ruivinho. – eu dei um tapinha em seu braço.

_ Au! Você daria uma ótima lutadora, baixinha.

_ Eu não sou baixinha! Você que é um pau de selfie!

_ Hey! Temos que ir. – Spotty puxava a manga de minha blusa até a sala.

  Logo depois fomos à aula de ensino religioso, com o padre Rafiki, que de vez em quando ajudava a escola com aulas desse tipo.

_ Bom dia turma! – Ele disse sorridente.

 Logo depois dessa fala senti alguém a cutucar-me a nuca. Era Kopa.

_ Quem é aquele? – Ele apontava discretamente para um menino que parecia intimidado com todos os demais.

_ Você acha que vou saber? Estou aqui à dois dias.

  _ Hum... Ele parece-me familiar.

_ Para você! Sussurrei.

- Agora me deixe ficar um pouco mais santa agora! – Eu ri.

_ Tudo bem irmã Vitani.

_ Okay, frei Kopa.

Quando a aula acabou, percebi que estava sem carona, para variar.

_ Hey! Loirinha! – Kopa corria atrás de mim.

_ O que foi?

_ Esqueceu isso na sala, se me permite dizer, seus desenhos são muito lindos. – Ele falou um pouco acanhado.

_ Ah! Meu caderno de desenhos, não tem noção do quanto ele é importante para mim, obrigada.

_ Hãm... Você vai para a sua casa agora?

_ É o que pretendo.

_ Eu vou com você, moro no mesmo bairro que o seu.

_ Vamos! –Puxei-o pelo braço e então saímos da escola.

_ Então, por que você se mudou... Assim, depois que nos conhecemos.

_ Quando éramos pequenos? Hãm... Eu não quero falar disso agora, é muito doloroso.

_ Por quê? O que houve? Sou todo ouvidos. – Ele falava com uma cara de cachorrinho abandonado.

_ Tá... Eu falo, mas... Não conte à ninguém okay? – Falei apertando suas bochechas.

_ Bem... Eu me mudei por que...

_ Pode falar-me.

_ Quando completei oito anos, minha mãe morreu e meu pai casou-se com Zira, minha madrasta, logo depois, para satisfazer seus caprichos, meu pai,Zira e eu nos mudamos para cá, foi... Foi quando meu pai morreu em um acidente de carro... E agora quem está responsável por mim e Kovu é Zira. – Uma lágrima caiu dos meus olhos, eu sentia muita saudade de meus pais.

  Kopa olhou para mim, ele parecia triste por mim, ele virou meu rosto e enxugou minhas lágrimas.

_ Sinto muito, não chore... Isso me deixa magoado. – Ele me olhava

_ Lembra-se daquela pergunta que eu te fiz?

_ Qual?

_ Se ainda somos melhores amigos.

  Eu olhei-o rindo, eu já não estava mais triste.

_ É lógico que somos!

  Ele começou a rir e eu também. Continuávamos caminhando até eu chegar em casa. – Obrigada por deixar-me aqui.

 _ Não há de quê. – ele olhou-me e deu-me um abraço forte, fazendo-me sentir bem.

  Entrei em casa subi as escadas e deitei em minha cama, eu estava sentindo algo estranho em mim, algo que ninguém poderia explicar... Nem mesmo eu.

    Continua....